Chefe ou líder? O mundo corporativo hoje encontra-se fadado a se debruçar sobre essa fatídica pergunta. Empresas de pequeno e médio porte, startups e afins, por exemplo, por mais que se declarem autodidatas, não conseguem arredar o pé da eterna polêmica.

Claro, a tendência é sempre que todos admitam a opção pelo líder, quando, na verdade, não conseguem superar os vícios repassados de geração em geração pelas empresas comandadas pela famigerada figura do chefe.

Mas afinal de contas, o que tem predominado no mercado? E quais os fatores determinantes para que um profissional seja visto ou não como líder? É o que você confere abaixo.

 

Idade

Conforme atesta esta pesquisa, a idade dos chamados líderes brasileiros tem recuado nos últimos anos. Encarado por muitos como um fator irrelevante, a juventude tende tanto a ser um bônus quanto um ônus na postura do profissional que se encontra em cargo superior.

Bônus no sentido de que um líder terá mais facilidade de entender a linguagem, bem como as razões de subordinados que regulam a mesma faixa etária. Ônus, no modo em que o chefe, demonstrando inseguranças e necessidades de validação típicas da idade, passará a concorrer de igual para igual com seus funcionários, com medo de que algum se destaque e ocasionalmente o “desmascare” na sua função.

 

chefe ou lider

Disciplina

A disciplina está intimamente ligada à idade e, consequentemente, à maturidade do chefe ou líder. Enquanto o chefe é adepto do sistema coercitivo de disciplina, muitas vezes aderindo à velha máxima do “Faça o que eu digo, não faça o que eu faço” (o que, cá entre nós, inviabiliza totalmente sua credibilidade e controle sobre a equipe), o líder sabe que os demais – não só os seus subordinados – miram diretamente em seus exemplos, tendo que manter conduta autêntica e transparente no trato com tudo e todos, 24 horas por dia. Ninguém disse que seria fácil, já cantava Chris Martin.

 

Experiência

Diferentemente da idade, a experiência é um item extremamente subjetivo. É que um profissional pode apresentar larga experiência em termos de anos de trabalho em determinado segmento e, no entanto, não saber como lidar em situações adversas. Temos também o profissional que não tem tantos anos de trabalho assim, mas apresenta o jogo de cintura necessário para administrar crises e gerenciar pessoas.

Portanto, há que se procurar um equilíbrio entre anos de experiência e perfil psicológico na hora de se determinar a experiência de um profissional, sendo que o chefe normalmente fará questão de retomar tópico por tópico da sua experiência sempre que se sentir intimidado, enquanto o líder tende a deixar implícito seu expertise conforme demandam as decisões do dia a dia.

 

Caráter

Sem caráter, profissionais até conseguem chegar ao posto de chefe, daquele tipo que é temido em todo o setor. Mas jamais chegarão a ser um líder, pois é justamente o caráter um dos alicerces para a legitimação do líder, ao lado do carisma e da competência, na opinião deste autor. A partir do caráter, um líder consegue a confiança da equipe, enquanto o chefe sem caráter conquista apenas o medo dos funcionários em relação ao que ele poderá fazer caso seja desrespeitado. Do caráter, nasce a humildade, outra qualidade essencial para o bom andamento dos processos. Da falta de caráter, por outro lado, surge a desconfiança que compromete a produtividade da empresa.

 

Carisma

Embora nem toda pessoa carismática seja um líder, todo líder é necessariamente carismático. Carisma trata-se não só da aura magnética que o líder exerce sobre os demais, mas sua capacidade de envolver a coletividade diante da mesma causa. O líder, geralmente, tem o poder de convencimento que o chefe só consegue demonstrar, claramente, por meio de admoestações. Ainda sobre esse tema, há um grande mal entendido no sentido de que o líder carismático seja aquele estereótipo do fulano cheio de si, metido a besta. Na verdade, é exatamente o contrário: para se ter carisma, é necessário humildade absoluta para despertar empatia, como vimos anteriormente.

 

Competência

A competência é a principal moeda de troca do líder. Já o chefe – infelizmente, dirão alguns – não precisa ser necessariamente competente, basta que se adeque ao rigor do cargo que exerce. Competência nada mais é que um conjunto de habilidades que nunca deve deixar de ser atualizado, na visão do líder.

Justamente por isso, ele encara com naturalidade habilidades que desconhece ou não sabe executar tão bem, assim como eventuais reprimendas em relação ao seu trabalho, pois compreende que são conhecimentos a serem agregados ao currículo. Já o chefe costuma ver o próprio déficit como uma ameaça à sua fugaz soberania, e quando tem as mazelas expostas em público tende a repassar a responsabilidade pelos erros aos demais.

 

Coragem

Saber tomar decisões e encarar qualquer tipo de consequência que venha delas. Talvez essa seja a principal função de um líder, e também seu principal desafio. Sua “prova dos 9” que demanda, acima de tudo, coragem, que é um mix dos atributos que citamos ao longo do post, alinhado a uma boa dose de autoconfiança. É o grau de coragem do líder que irá determinar se sua trajetória será permeada de sucessos.

Assim como personalidades do naipe de Jesus Cristo, Martin Luther King e Gandhi, um líder tende a ser lembrado exclusivamente pelos seus atos de coragem, sendo, justamente por eles, amado ou perseguido. Já o chefe possui a prerrogativa de se esconder em ordens superiores para não ter que arcar com a responsabilidade  – e a impopularidade – por qualquer decisão drástica que precise tomar.

Bom, como você deve ter percebido, as qualidades de líder ainda estão longe da realidade das nossas PME’s. Entretanto, o ideal é que um aspirante a líder apresente ao menos uma: a humildade. É ela que vai abrir o caminho para as demais – e é a falta dela que irá bloquear toda e qualquer chance de que um dia o chefe se transforme em um verdadeiro líder. O líder é feito de decisões. É construído na batalha diária. O chefe, por melhor que seja, vai ser apenas um profissional designado para um cargo de maior responsabilidade. Já parou para pensar nisso?

E você, concorda com as qualidades do chefe ou líder? Qual dois dois você acha mais benéfico para as empresas? Conte para nós suas experiências com um e outro aí nos comentários!

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