Para quem não sabe, “Esquadrão Suicida” é o nome do grupo de vilões da DC Comics (o mesmo de Superman e Batman) que se unem para, assim como seus antagonistas, salvar o mundo. A ideia parte do governo, principalmente da agente Amanda Waller, que decide reunir Arlequina, Pistoleiro, Capitão Bumerangue e outros para fazer algo de bom para a humanidade. Um filme sobre o grupo que estreia em 2016. Confira o trailer abaixo:

 

 

 

 

A ideia do roteiro, que  foca em pegar pessoas que deram errado e transformar em algo bom, me incentivou a criar este post. Quero ampliar e focar a discussão para trazer funcionários e estratégias que deram errado, e, assim, conseguir acertar os seus objetivos. A proposta é analisar alguns cases que tinham tudo pra dar certo, mas, um erro de revisão ou atenção acabou deixando tudo ir por água abaixo.

 

 

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Duplo Sentido

 

Vamos começar com o mais recente: aFan Page do Ministério da Justiça publicou um post sobre imigração no Brasil, tendo como exemplo a descendência de um garoto, Matheus Gomes, que tinha avô e bisavô de origem africana. Entretanto, os usuários viram e não gostaram da imagem, tratando- se de uma confusão do governo em tratar a imigração com escravidão, dois conceitos que tem um abismo de diferença, principalmente no nível de liberdade de cada um. Com muitas reclamações, o social media da página teve que se retratar para tentar contornar a situação, sem sucesso. Como você pode ver, tem mais de 29 mil curtidas, mil comentários e cerca de cinco mil compartilhamentos.

 

 

Há cinco séculos, imigrantes de todas as partes do mundo ajudam a construir nosso país. Participe: www.eutambemsouimigrante.com.br#EuTambémSouImigrante #XenofobiaNãoCombina

Posted by Ministério da Justiça on Terça, 13 de outubro de 2015

 

 
Existem dois erros básicos nessa postagem que precisa ser levado em conta: Falta de revisão e criatividade. Antes de publicar, é necessário dar aquela revisão minuciosa para ver se falta algo, se a informação está correta ou se ela não tem relação negativa com outras discussões, podendo levar à dupla interpretação. Em seguida, responder os usuários requer inteligência e sensibilidade. Nesse caso, o Ministério da Justiça deu a mesma resposta para todos que colocaram sua opinião, demonstrando desleixo com o usuário, ou no caso, o eleitor.

 

Esse com certeza tem ambiguidade. A marca de doces Chupa Chups possui uma Fan Page onde 10 em cada 10 posts utiliza o duplo sentido. Acontece que isso pode ou não contribuir para prejudicar a imagem da empresa. Com algumas conotações de interpretação sexual, o inocente pirulito é utilizado com bom humor para se safar das indiretas. Confira uma das mais polêmicas abaixo, baseada no filme “Os Vingadores”.

 

Troque uma palavra do nome de um filme por Chupa Chups. ( ͡° ͜ʖ ͡°)

Posted by Chupa Chups on Terça, 21 de abril de 2015

 

 

Conheça seu público

 

Sabrina Sato, Psy e as atletas Bia e Bianca Peres estreando um comercial de gilete de barbear chamado #queroverraspar. Teria tudo para ser engraçado e tranquilo, entretanto, virou uma dor de cabeça. Ainda jugado pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), foi considerado preconceituoso e desrespeitoso pelos espectadores, alegando que os homens peludos são nojentos. Ora, se o público-alvo deles são justamente esses caras e os mesmos ficaram desapontados, é porque a estratégia não foi boa. O comercial poderia ser tratado por outro ângulo, focando não na imposição de um estereótipo de beleza, mas na necessidade de utilizar o produto. Faltou identificar o tom certo para agradar o espectador.

 

 

 

 

Esse tentou “gourmetizar” – e como já dizia o Fogaça do Master Chef, é horrível fazer isso. O McDonald’s lançou nos anos 90 o sanduíche Arch Deluxe, voltado para o público adulto. Até aí seria um produto de nicho, disponível para quem quisesse experimentar. O problema foi na abordagem.

 

Comerciais com crianças fazendo cara de nojo, tirando os ingredientes do lanche, o mascote fazendo cara feia para sanduíche e um chef de cozinha falante num elevador culminaram para o fracasso de vendas. Lembrando que as pessoas frequentam o espaço por ele ser familiar, rápido e ainda ter o apelo infantil do Mc Lanche Feliz, cujo público não possui o poder de compra, mas o de decisão. E quando alguém faz cara feia para a comida, não importa a idade: o estranhamento é garantido.

 

Se eles queria atingir os adultos, o ideal seria usar o humor, chamando a família para comer no McDonald’s: as crianças pedindo o Mc Lanche Feliz e os pais pedindo o Arch Deluxe, e todos felizes à mesa – algo nesse sentido. Melhor do que fazer cara feia.

 

 

 

 

Não minta

 

A marca de sorvetes Diletto contou uma história comovente sobre a história do avô do fundador da companhia de picolé, que produziu a receita artesanal na Europa. Entretanto, isso nunca existiu. A história do avô era mentira, o que comprometeu a imagem da empresa. O Conar foi acionado para regularizar a situação.

 

 

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Fonte: site comendocomosolhos.com

 

 

“Red Bull te dá asas!”. Todo mundo conhece essa marca pelo slogan. Entretanto, a empresa  foi obrigada a pagar 13 milhões de dólares por propaganda enganosa: os consumidores alegaram que ela não melhorava o corpo em atividades físicas e mentais. Uma ação coletiva nos Estados Unidos foi realizada e a empresa de bebidas deu 10 dólares de reembolso a cada pessoa que comprou um Red Bull na última década, segundo a revista Exame.

 

 

 

 

Para não passar por situações embaraçosas e prejudicar a imagem da sua empresa, siga alguns passos para as peças de marketing apenas refletirem a conceituação da empresa, e não o contrário:

 

 

  • Pense bem na mensagem que o receptor irá receber;
  • Revise, revise, revise;
  • Faça testes: mostre para os colegas e veja se ela passa outra mensagem;
  • Mostre a verdade. Sempre;
  • Escolha a melhor mídia para aquela peça;
  • Revise de novo;
  • Poste e responda humanizadamente cada usuário.

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