O que há de tão atrativo no Silicon Valley? Por que as startups mais famosas do mundo surgem por lá? Por que as maiores empresas de tecnologia têm seus escritórios centrais nesta região? Será que a lenda de conseguir investidores com 1 milhão de dólares num encontro casual na Starbucks realmente existe?

 

São muitas questões que cercam o imaginário dos empreendedores em todo o mundo e, sem dúvida, a conexão do sistema formado pela academia, investidores e empreendedores funciona numa sincronia construída desde os anos 70 – e que não é tão fácil de imitar. Mas a questão que me fez visitar este tão prestigiado centro de inovação e prosperidade foi saber os motivos que empresas e investidores do Vale do Silício teriam para investir no BRASIL.

 

Participei do evento no dia 13/09 – chamado BRAZIL IN THE 21st CENTURY – organizado pela BAY BRAZIL (www.baybrazil.org) que é uma instituição sem fins lucrativos que tem por objetivo ser uma ponte de negócio entre o Vale do Silício e o Brasil. Dai surge a primeira surpresa: é grande quantidade de brasileiros que estão presentes no Vale com posições de destaque dentro das principais companhias (SALESFORCE, YOUTUBE, MOZZILA, GOOGLE entre outras). São empreendedores exitosos com mais de 20 anos neste ambiente, novas startups abrindo contatos, representantes de fundos de investimento, representantes de consulados e estudantes nivelando conhecimentos em Stanford num ambiente meio mágico.

 

Parece que esta massa de brasileiros passou a ser vista também como uma fonte de informação sobre ameaças e oportunidades de um mercado que se espera chegar a ser o 5º maior PIB nos próximos anos.

 

Do lado das oportunidades foram destaques: o crescimento do consumo pela nova classe média, o volume de celulares no Brasil que ultrapassa a população, o amadurecimento da democracia tornando o país mais estável com relação a suas políticas e regras e o volume de empreendedores, destacando-se a participação do Brasil no Techcrunch como a maior delegação de fora dos EUA.

 

Do lado das ameaças, os problemas de infraestrutura, o volume e complexidade do sistema tributário – um dos palestrantes mostrou que precisa de 6 vezes mais funcionários no Brasil do que nos EUA para cumprir as exigências fiscais – baixa penetração de smartphones e e-commerce, legislação trabalhista que faz com que um funcionário no Brasil tenha 20% da produtividade de uma americano e, por fim, o comportamento dos funcionários brasileiros que preferem um bom salário à participação nas empresas.

 

Depois de ouvir tudo isso, fiquei pensando o que faria alguém sair daquele oásis para investir no Brasil. Mas ao final percebi que uma startup que consegue operar no Brasil nestas condições demonstra uma capacidade de execução admirável e que pode ser escalada para outros lugares.

Assim, volto para o Brasil com a certeza que devemos fazer nosso dever de casa bem feito e para os que sobrevirem e prosperarem tenham certeza que estarão NA MIRA DO SILICON VALLEY.

 

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