Adeptos da arte milenar, os poetas acostumados com papel e caneta, adaptam-se às tecnologias e utilizar as novas ferramentas para divulgar os seus trabalhos

 

Em um universo competitivo como a Blogosfera, levando em consideração que somos cerca de 200 milhões de blogs em todo o mundo, estima-se que todos os dias surjam 120 mil novos blogs , segundo a Technorati. O que? 120 mil? Pois é, não se surpreendam, porque os dados são crescentes. Com isso, saltar do virtual e influenciar pessoas de diferentes realidades requer não só dedicação, mas criatividade, repertório, disposição e, acima de tudo, talento.

 

Em meio a esse oceano de blogs e informações, fazer o caminho inverso também não é simples. Adaptar-se às tecnologias e utilizar as novas ferramentas implica tempo, principalmente, para quem não está familiarizado com as mídias digitais.  Mas aonde quero chegar com tantas elucubrações?  Simples, escrever o meu primeiro post do Digaí, cuja pauta (escolhida por mim) é trocar ideias sobre as ações culturais de pessoas que utilizam as ferramentas digitais, especificamente os blogs, para difundir os seus trabalhos.

 

Uma andorinha que faz verão – Há alguns dias, recebi por e-mail o material de um poeta (Sim, podem aplaudir, ainda existem poetas!), do Rio Grande do Sul. Na postagem, ele apresenta o seu trabalho junto às escolas daquela região, tendo passagem em cidades de diversas capitais, cujo projeto atingiu 370 escolas em 111 cidades no RS, SC, PR, GO, e MG. Seu nome?  Eugênio Carlos de Jesus, ou simplesmente Eucajus, um dos poetas mais ativos da cidade de Curitiba, atual domicílio do jornalista, palestrante e poeta marginal, como é conhecido.

 

eucajus

 

O Blog

 

Utilizando a plataforma do blogspot, o site criado para divulgar o  trabalho e comercializar diversos produtos do poeta, apresenta um layout simples e de fácil navegação. Analisando em linhas gerais, o visual que para alguns pode representar acessos e engajamento, o dele, por não apresentar grandes elaborações poderia até passar despercebido, caso o conteúdo não fosse tão, digamos, original.

 

Questões delicadas como drogas, sexo, prevenção, relacionamento com os pais, entre outros, são trabalhadas em uma coletânea de poemas escritos por ele, e usados nas apresentações. A plateia formada por jovens do ensino médio das escolas públicas daquela região, não só assiste atentamente, como também, participa e interage.

 

Há 18 anos ele trabalha a poesia com os jovens e enganam-se os que pensam que por tratar-se de um público cada vez mais inserido nas mídias digitais, não aprecia divagações literárias. “A grande verdade é que este público é carente de poesia em todos os sentidos literalmente falando. Quando esses sentidos são atingidos ou surpreendidos os resultados são simplesmente encantadores”, derrama-se o poeta.

 

Reunir e manter a atenção de 300 a 700 alunos, por apresentação, não é tarefa das mais fáceis. Com isso, o poeta criou curiosos artigos como o Kit Poeta, Box Poesia, Viagra, Pura, entre outros, todos comercializados na “Lojinha do Poeta”.   “Os produtos nasceram como alternativa de leitura e uma forma de mostrar os textos que não fazem parte da palestra. Alunos e professores ficam encantados por eles, todos querem ganhar ou comprar.”

 

 

 

Sim, mas e o blog?

 

“Sinceramente, esse contato virtual se deu há seis anos e ainda sinto saudades da pilha de cartas que recebia. O relacionamento digital é mais superficial pela natureza do meio, porém em termos de divulgação é sem dúvida uma ótima ferramenta, entretanto exigente. Confesso que ainda estou aprendendo sobre os recursos e as ferramentas disponíveis para divulgar meu trabalho e interagir com o público, mas a existência do blog facilita muito o fechamento de apresentações”, declara o poeta e blogueiro.

 

Os que apreciam o cheiro de livro novinho entendem o sentimento do Eucajus. Coisas de poeta… Ou não!

 

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