Quem nunca passou horas lendo posts no Facebook e se esqueceu do tempo? É assim que Mark Zuckerberg quer, parabéns. E isso parece estar bem claro nos comerciais do Facebook Home. Os vídeos geraram muita polêmica por, aparentemente, incentivarem os usuários a se desconectarem do mundo real para viverem plugados na interação virtual.

 

O vídeo mais criticado é o que mostra um jovem curtindo fotos e lendo posts no celular enquanto uma senhora (uma tia, uma avó?) conta uma história longa e chata durante um jantar em família. Ela deixa de prestar atenção na família para ficar “viajando” nas postagens no Facebook.

 

 

A crítica foi: o Facebook quer que nos tornemos mal educados e desatenciosos?

 

Não sei se é por ai. Mas no livro “O Efeito Facebook”, o autor David Kirkpatrick descreve aquilo que os executivos e engenheiros do Facebook chamam de “Facebook Trance” ou o transe do Facebook. Isso nada mais é que o fator viciante da ferramenta. Aquilo que nos faz voltar à ferramenta todos os dias ou várias vezes no mesmo dia e, uma vez lá, nos esquecermos da vida. Maximizar esse “transe” era uma prioridade no desenvolvimento do Facebook e era levado em conta cada vez que uma nova função era adicionada à rede, lá no começo de tudo, ainda na Universidade de Harvard.

 

Kirkpatrick diz: “No verão, (Mark) Zuckerberg, (Dustin) Moskovitz e (Sean) Parker (fundadores do Facebook) criaram um termo para a maneira como os estudantes usavam o site (na época a ferramenta era exclusiva de Harvard). Eles a chamavam de “o transe”. Uma vez que você começava a navegar pelo thefacebook (nome inicial do Facebook) era muito fácil simplesmente continuar. “Era hipnótico”, dizia Parker, “você simplesmente ia clicando, clicando, clicando…””. No livro, o autor volta a falar do “transe” várias vezes, sempre mostrando como, à medida que foi evoluindo, o Facebook foi ficando cada vez mais viciante.

 

Não sei se, mais uma vez, os executivos e engenheiros do site, criaram uma novidade para o site de olho no “transe”. Mas parece ser o caso do Facebook Home a julgar pelos comerciais. Mas não vamos cair nessa, não é? Sim, a ferramenta está mais viciante, mais fácil de usar e mais presente. Além de ser bem legal. Mas isso não é desculpa para a gente começar a ignorar nossa família, não é mesmo?

 

Talvez o fato de o próprio Zuckerberg estrelar um dos comerciais como a vítima de um funcionário que não presta atenção nele enquanto navega no Facebook Home seja uma dica para nós não levarmos a ferramenta tão a sério assim.

 

Vejam os outros comerciais do Facebook Home:

 

Lauch day

 

Airplane

 

Mais sobre o livro O Efeito do Facebook.

 

David Kirkpatrick no Facebook: David Kirkpatrick

 

Mais sobre o Facebook Home no post do colega Eyder Borges aqui no Digaí.

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