Li “A Startup de $100” de Chris Guillebeau há dois anos e posso assegurar que este livro é uma daquelas obras que todo mundo que está querendo reinventar sua forma de ganhar a vida, abrindo o negócio dos seus sonhos, PRE-CI-SA ler.

 

Deixa eu explicar porque eu enfatizo isso. Este livro reúne além da experiência do próprio autor, casos reais de pessoas que abriram negócios com investimentos modestos que hoje geram mais do 50 mil dólares. Ele entrevistou empreendedores do mundo todo e os casos selecionados* são super interessantes e trazem lições valiosas para todo empreendedor.

 

*Os critérios utilizados estão listados no livro.

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“A necessidade de mudar abriu um caminho no centro da minha mente.”

 

É com a citação de Maya Angelou que tem início o primeiro capítulo de “A Startup de $100”. Chris Guillebeau, o autor que nos últimos dez anos visitou todos os países do mundo (sim, é isso mesmo, ele visitou TODOS os países, veja aqui) e nunca teve um salário estável. Chris sempre transformou suas ideias em dinheiro para ganhar a vida.

 

Como empreendedora digital, digo para você que este livro foi – e ainda é – um chacoalhão, uma fonte de inspiração e motivação para transformar todo o trabalho que faço em uma realização pessoal também.

 

A obra que traz negócios do mundo digital e mundo off-line, trabalha em torno de dois grandes temas centrais: liberdade e valor, e é dividida em 3 partes.

 

 

A primeira parte: Empreendedores inesperados

 

O livro começa contando uma situação corriqueira, principalmente nestes tempos de crise: uma demissão inesperada. Quantos de nós já não passamos por isso?

 

Em meio à uma história real, Chris destaca pontos fundamentais para quem quer abrir um negócio. De maneira simples e objetiva ele descreve detalhamente cada um deles: 1. um produto ou serviço; 2. pessoas dispostas a pagar; 3. um jeito de ser pago. Ele traça um mapa para a liberdade. Ah! E claro, também destaca que nossa paixão deve ter um ponto de convergência com o que interessa aos outros.

 

Digai - Covergência A Startup de $100

 

Uma coisa bastante comum nas histórias que recheiam o livro é a migração de negócios do mundo físico para o mundo on-line. E também a necessidade de gerar valor de verdade às pessoas, dando a elas o que elas realmente querem e não o que achamos que elas querem. A importância de colocarmos o foco nos benefícios em vez das características ou recursos do produto/serviço, e por aí vai.

 

Ok, ok, lendo isso pode parecer que basta pegar sua paixão e construir o negócio ao redor seguindo essas dicas e pronto! Mas, Chris adianta: “Construir um negócio ao redor de uma paixão pode dar muito certo para muitas pessoas, mas não é para todos”. Nem toda paixão é adequada para fundamentar um negócio, nem todo mundo quer ter um negócio fundamentado em uma paixão ou hobby.

 

 

Corta para aspirantes a nômades digitais.

 

“Com a ideia sedutora de trabalhar em qualquer lugar, muitos aspirantes a empreendedor se concentram mais na parte do “qualquer lugar” do que na parte do “trabalho”.

 

Da mesma forma como nem toda paixão é adequada para fundamentar um negócio, muitas pessoas buscam o estilo de vida nômade pelas razões erradas. Você deve se perguntar: O que eu quero fazer? Preste muita atenção aos seus porquês.

 

Estando seguro deles e com o seu negócio minimamente fundamentado, é hora de pensar nos clientes. Quem são eles? Se tem algo tão importante quanto essa pergunta, são outras duas perguntas: Onde eles estão e como encontrá-los? O capítulo 5 mostra a mudança dos fatores demográficos tradicionais para os fatores psicográficos (e isso tem tudo a ver com o mundo digital, não é mesmo?)

 

Em vez de pensar em nosso público em termos de idade, raça, sexo, agora devemos pensar muito mais em termos de crenças e valores em comum.

 

 

A segunda parte: Apresentar seu filho ao mundo

 

Você é fã dos planos de negócio de uma página? O autor de A Startup de $100 também. Sua proposta é de mais ação e menos reflexão, mas ele não deixa de considerar e dar importância a passos essenciais para o sucesso de uma ideia.

 

Sua dica é “Planeje conforme avança” e ajuste-se às mudanças das necessidades dos clientes. Teste o mercado (no livro ele dá os 7 passos para um teste de mercado instantâneo / ou método de promover antes de produzir), descomplique as coisas. Explique o seu negócio em uma declaração de missão de 140 caracteres.

 

Digaí - A Startup de $100 - Como apresentar seu filho ao mundo

 

O capítulo sete é uma aula para fazer uma oferta irrecusável com um guia passo a passo para criar a oferta espetacular. Já  o oito traz os passos típicos de um lançamento e uma lista de 39 itens de verificação. Um trecho sobre lançamentos para reflexão:

 

“A meta de um bom lançamento não é apenas converter o maior número de clientes potenciais possível, mas também preservar o seu relacionamento com outros clientes potenciais e reforçar sua influência. A razão pela qual isso é importante é que você não quer coagir as pessoas; é melhor desenvolver relacionamentos com o tempo.” (…) é importante prestar atenção à sua base mais ampla. O que eles estão dizendo a seu respeito? Como percebem o valor da sua oferta e o estilo das suas mensagens?”

 

E sobre a promoção, Guillebeau apresenta uma visão divertida sobre a forma de se divulgar um trabalho e ainda ensina um Plano de Promoção de uma página. Mas, cuidado! Ser um plano de uma página não significa que você vai seguir algumas técnicas e regras e pronto.  É preciso pensar a respeito. Ninguém respeita pessoas “fogo de palha”, ou seja, aquelas que tem estilo, mas não tem conteúdo. Também não adianta ter conteúdo, mas não ter estilo. Embora todo mundo que conheça essas pessoas a respeitem, poucas pessoas sabem da existência dela. A meta é ter estilo com conteúdo para causar impacto.

 

 

A terceira parte: Alavancagem e próximos passos

 

Na terceira parte, você vai entender como ajustar o caminho até o banco com pequenas ações que podem criar grandes aumentos de receita. E se você pensa que esta parte é a mais difícil, nã-nã-ni-nã-não. Esta parte costuma ser mais fácil do que abrir o negócio. O autor propõe uma série de pequenas ações e escolhas cuidadosas para continuar crescendo com pequenos ajustes e grandes resultados.

 

Intitulado “Como Criar sua própria franquia”, o capítulo 12 traz instruções de “como clonar a si mesmo para se divertir e lucrar”. Fala sobre estratégias para estar em mais de um lugar ao mesmo tempo, como terceirização, afiliados e parcerias.

 

“Nada dará certo se você não der certo”.

 

Ao falar sobre pensamento em longo prazo, Guillebeau cita que é um mito achar que as pessoas que decidem abrir um negócio são necessariamente do tipo agressivo, hiperativo e dispostas a correr altos riscos, apostando todas as fichas no sucesso ou no fracasso do projeto. Com diversos exemplos, ele mostra caminhos diversos encontrados para a liberdade. Se você decidir ficar pequeno, não há problema algum. Desde que sua opção consiga fazer com que você alcance o tipo de liberdade que você quer ter.

 

Aqui, as principais lições de “A Startup de $100”:

 

  • A busca pela liberdade pessoal depende de encontrar valor para as outras pessoas. Consiga isso desde o início e tudo será mais fácil;
  • Jamais tire o foco do ponto de convergência entre o que você adora fazer e o que as pessoas estão dispostas a pagar;
  • Relacione seu produto ou serviço a benefícios atraentes e não a características ou recursos desinteressantes;
  • Se você é bom em alguma coisa, provavelmente é bom em outra coisa também. Pense em TODAS as coisas que você faz bem, não só as mais evidentes;
  • Descubra o que as pessoas querem e encontre um jeito de dar-lhes isto;
  • Alguns modelos de negócio podem ser concretizados com pouco capital inicial com mais facilidade do que outros;
  • A ação supera o planejamento;
  • Elaborar uma oferta, promover e produzir um evento de lançamento gerará resultados melhores do que se você somente deixar seu produto à disposição (sem alarde);
  • A primeira venda é a mais difícil, então dê um jeito de fechá-la o mais rápido possível. Feito isso, melhore o que está dando certo e abandone o que não funciona;
  • Decida sozinho o tipo de negócio que quer criar. Sem problemas se você decidir expandir ou mantê-lo pequeno;
  • A jornada só melhora à medida que você avança.

 

E aí? Gostou? Se curtiu a dica de livro e quiser saber mais sobre o autor e baixar materiais inclusive (em inglês), visite o site: www.100startup.com

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