A vida de uma startup como qualquer negócio novo não é fácil. Afinal, abrir uma empresa onde você já tem o produto em um mercado maduro já não é uma coisa simples. Imagine as startups que estão mergulhadas em inovação e tecnologia e que na maioria das vezes não tem o produto e seus potenciais clientes ainda não conhecem ou não sabem como irá funcionar este embrião de produto.

 
Diante deste grande desafio, a maioria das startups iniciam seus produtos com pouco foco no mercado, mas com grande empenho de energia para construir algo disruptivo, afinal, cases de nerds de sucesso (MICROSOFT, APPLE, GOOGLE e etc) parecem ter usado esta receita: cria-se um produto tecnologicamente fantástico e a partir dai, o mercado vai querer comprar.

 
Não posso negar que isso acontece, mas grande parte dos nerds que conheci no último ano não estão trabalhando em produtos disruptivos, mas continuam com um direcionamento exclusivo para a tecnologia. Pensamento que é reforçado pelo sistema de público de inovação que continua a financiar bilhões de reais apenas na inovação pela inovação, sem identificar a receptividade do mercado.

 
Já no lado dos marqueteiros, existe uma postura arrogante de que tecnologia é commoditie e se encontra em qualquer esquina, o que não é bem assim. Afinal tecnologias inovadoras ou possuem algoritmos complexos ou integrações sofisticadas que demandam cérebro e braços.

 
Apesar de intitulado de CDF (essa é velha!), não me considero um nerd e não sou nenhum marqueteiro profissional, mas sou de uma geração anterior aos nativos digitais e vivo no mundo real dos negócios que tem dificuldade de entender esses comportamentos. Por isso, compartilho algumas aprendizagens – e espero que não sejam clichês – que podem ajudar nerds e marqueteiros que ainda não começaram ou estão patinando em sua startup:

 
1. Fique atento a problemas reais em mercados específicos. Isso é um NICHO;
2. Fale, respire, mergulhe nestes problemas e veja como a tecnologia pode ajudar, principalmente, em grandes empresas que podem pagar a conta de sua startup e tem dificuldade de desenvolver inovações necessárias aos seus negócios. Isso é CUSTOMER DEVELOPMENT;
3. Defina o seu produto com features que atendam as necessidades reais do cliente e não ao seu ego tecnológico. Isso se chama de ESCOPO;
4. Forme uma equipe que saiba lidar com a informalidade de uma startup, mas com exigência de qualidade e eficiência de entrega. Isso se chama NEGÓCIO;
5. Faça o seu cliente avaliar seu produto ou MVP constantemente e ajuste o que for necessário até ele ficar contente. Isso se chama ADERÊNCIA DO PRODUTO.

 
Acredito que com estes 5 pontos fica claro que não dá para fazer uma startup decolar só com nerds ou só com marqueteiros. Ambas competências são necessárias! E como tudo na vida, o equilíbrio é o melhor caminho. Espero que encontrem o seu par perfeito.

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