No post InoVativa Brasil: inovando no avanço de STARTUPS comentei que de fato a pauta da inovação em TI havia entrado na agenda nacional e isso pode ser confirmado no âmbito governamental através do BNDES que financiou R$ 190,4 bilhões crescendo 22% em 2013,  da FINEP que aumentou os recursos disponíveis para R$ 7 bilhões em 2014,  do  programa TI MAIOR  que investirá R$ 500 milhões até 2015 e no âmbito privado com amadurecimento do investimento-anjo que investiu R$ 619 milhões em 2013. Em muitos destes casos os recursos investidos são NÃO-REEMBOLSÁVEIS.

 

Por um lado, pensando no desenvolvimento de  novas startups e na promoção ao empreendedorismo não se poderia ter uma notícia melhor, afinal, fazer um negócio sem dinheiro é algo muito difícil e para muitos até impossível. Afinal, como posso me dedicar a algo sem dinheiro se posso ganhar mais como contratado no mercado? Como vou convencer a parentes, companheiros e amigos que estou trabalhando e não brincando já que não ganho dinheiro? Como posso contratar alguém sem dinheiro? Como posso desenvolver um bom produto? Como posso montar uma material promocional? Um site? Como terei acesso aos clientes?

 

De fato, cada uma destas questões é suficiente para qualquer um desistir ou focar em captar recursos de fontes de financiamento reembolsável ou não e de investidores, mas o que tenho visto é que as startups que ultrapassam estas barreiras e começam a funcionar, mesmo sem ter este dinheiro, parecem ser as mais preparadas para competir no mundo real.

 

Por outro lado, tenho visto startups que, pela sua inovação, conseguem recursos através destas fontes de financiamento e/ou investimento e começam a ter comportamentos pouco compatíveis com qualquer empresa de mercado e muito menos para uma startup early stage, como por exemplo:

 

1 – Pagar um valor de pró-labore que cubra as necessidades pessoais dos fundadores;

 

2 – Contratar mais do que precisa para aquele momento ou pagar mais do que o mercado;

 

3 – Adquirir recursos físicos e/ou alugar salas que impressionam os clientes e amigos;

 

4 –  Demorar a ter um produto e/ou ir ao mercado, pois pode ter o produto ideal na próxima semana;

 

5 – Desconsiderar a entrada de investidores qualificados e com acesso a novos mercados, pois afinal, já tem o dinheiro para bancar os próximos 12 meses.

 

Estes comportamentos não param por ai, mas de certa forma, mostram uma certa arrogância do empreendedor, afinal, alguém acreditou no negócio dele e isso, nem sempre, tem um final feliz.

 

Diante disto, sugiro que tanto os investidores de recursos públicos e privados estejam mais atentos aos primeiros passos dados pelos empreendedores antes da alocação de recursos e que os empreendedores, ao receber seus primeiros recursos, saibam priorizar o seu uso sem esquecer que o mercado precisa de velocidade e profissionalismo de startups com ou sem dinheiro. Que cresçam os melhores!

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